SoLetrandos

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quinta-feira, 6 de maio de 2010

RESENHA CRÍTICA DO FILME: Daens – Um Grito de Justiça

..........................................DADOS DO FILME

Título Original: Daens

Título em Português: Daens – Um Grito de Justiça

Diretor: Stijn Coninx

Atores Principais: Jan Decleir, Gerard Desarthe, Antje de Boeck, Michael Pas, Julien Schoenaerts e Johan Leysen.

Produção: BEL / 1992

Gênero: Biografia / drama

..........................................CONTEXTO HISTÓRICO

A Revolução Industrial marcou significativamente o século XX, pois alterou as condições de vida do trabalhador dito braçal, estabelecendo um deslocamento da população rural para as cidades, o que provocou enormes concentrações urbanas.

O período reflete as péssimas condições que os operários viviam, se comparadas as condições dos trabalhadores do século posterior. A moradia era sem o mínimo de aconchego, normalmente caracterizada por casas velhas e desconfortáveis, os indivíduos eram submetidos a enormes jornadas de trabalho, que alcançavam até 80 horas por semana, com um salário insignificante, e tanto mulheres quanto crianças trabalhavam por um salário bem menor.

O trabalho do operário era bem distinto do realizado pelo camponês: tarefas monótonas e repetitivas.

Surgiam novas máquinas, equipamentos, produtos e novas preferências.

..........................................RESENHA CRÍTICA

O filme Daens descreve os anos de 1890, quando o Padre Adolphe Daens busca contribuir na luta acirrada por condições concebíveis de vida aos trabalhadores de uma fábrica de têxtil, na cidade de Aalst.

O cenário é dado na Bélgica, tendo muitos rumores na questão trabalhista. O padre em todos os instantes busca atuar como principal defensor dos operários, e contra o trabalho infantil.

A época é caracteriza pela Revolução Industrial, o despertar do socialismo e a luta contra as ações ofensivas da classe dominante. O capitalismo já estava estabelecido como modo de produção no mundo desenvolvido da época [europeu]. Todavia tal capitalismo era na prática um meio de superexploração da mão-de-obra.

O trabalho era explorado intensamente pela elite. Os indivíduos chegavam a trabalhar 16 horas por dia. Os salários eram desestimulantes, pois não davam nem mesmo para suprir as necessidades básicas daquelas famílias. Em suma, o salário era uma miséria. Vale ressaltar que essa gente humilde ainda era obrigada pela situação, a morar em casas velhas e sem qualquer estrutura de conforto. CASSIRER (1977, p. 116) define trabalho como sendo:

A característica notável do homem, a marca que o distingue, não é a sua natureza metafísica ou física, mas seu trabalho. É este trabalho, o sistema das atividades humanas, que define e determina o círculo de 'humanidade'. A linguagem, o mito, a re-ligião, a arte, a ciência, a história são os constitu-intes desse círculo.

Outras características que marcaram esta fase são apresentadas pelo fato da exploração alcançar até mesmo as crianças e mulheres. Era comum crianças de sete anos [às vezes mais novas ainda] impulsionando os teares em troca de comida, ou qualquer outra recompensa, se é que pode-se tratar como uma “recompensa”. Haviam grávidas tendo seus filhos na fábrica, seus salários eram mais baixos que aqueles oferecidos aos homens. As fábricas eram desconfortantes, não haviam vasos sanitários e nem janelas. Os trabalhadores eram obrigados a comer no chão, pois refeitório não era algo comum.

A idéia primordial era a de aproveitar ao máximo a força de trabalho. E assim que esta força fosse desgastada, haveria um número enorme de pessoas aguardando este momento de opressão e exploração. Afinal, qual seria a outra alternativa?

Outra questão que o filme nos ajuda a refletir é a possibilidade que a igreja sempre teve de interferir positivamente perante as miseráveis condições vividas pelos operários, especificamente europeus. Contudo, percebe-se a imobilidade da igreja, que em momento algum manteve-se preocupada com o povo. Ao contrário disso, mantém uma relação de ameaça contra o padre Daens, afinal este é o único da instituição religiosa que é capaz de sentir o desejo de intervenção imediata em prol da classe operária.

Uma igreja, ao menos formalmente, seria uma entidade, que de forma organizada ajudaria o indivíduo a se transformar e contribuir no meio em que está inserido? Como pode uma instituição religiosa ficar impassível à exploração do trabalho fabril, permitindo que uma classe capitalista dominadora e minotária, aproveite de uma maioria?

Na fábrica belga estava expressivo o aprisionamento do trabalho. E este contexto do “grito de justiça” [como o próprio título do filme sugere] de um grupo notável de pessoas, se mostrou insuficiente para mobilizar a Igreja Católica, contemporânea deste processo.

É importante frisar que a vida da sociedade passaria para uma nova direção com o apoio recebido por Daens, que se muda para a cidade e vai morar com seu irmão jornalista. Ele é forçado a escolher entre seu chamado de padre ou a conscientização política dos oprimidos. Para a surpresa da igreja, o revolucionário padre Daens, opta por defender um grupo enorme de pessoas que estava condenado a um estado miséria absoluta.

Ainda hoje, é verificável as marcas do catolicismo social, que foi introduzido no Brasil ao longo de décadas, e se mantém presente nos discursos e textos normativos de relações trabalhistas, previdenciárias, sindicais e assistenciais.

O desafio que se propõe é que haja maior preocupação e interesse por parte da igreja e do Estado com o ser humano. Que o enfoque dado às causas trabalhistas seja suficientemente justo, para evitar e retrair a miséria.

..........................................REFERÊNCIAS

CASSIRER, Ernest. Antropologia filosófica: ensaio sobre o homem. São Paulo: Mestre Jou, 1977. p. 116.

COULON, Olga M. A. F.; PEDRO, Fábio C. A Revolução Industrial e o Capitalismo. 30/04/2010. Disponível em: http://www.hystoria. hpg.ig.com.br/rindus01.html

OVNIVIDEO. Daens: um grito de justiça. 30/04/2010. Disponível em: http://72.14.209.104/search?q=cache:JaSUh9sMpxsJ:www.ovnivideo.com.br/filme.php%3Fidmovie%3D4798+daens+JAN+DECLEIR,+GERARD+DESARTHE,ANTJE+DE+BOECK,+MICHAEL+PAS&hl=pt-BR&gl=br&ct=clnk&cd=2&lr=lang_pt

WIKIPÉDIA. Revolução Industrial. 30/04/2010. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolução_Industrial

sexta-feira, 30 de abril de 2010

MEMÓRIA DA PRIMEIRA VEZ QUE ESCREVI



Por Marcelle Bittencourt



Meu pai nasceu no Estado da Bahia, em Jequié e foi morar em Itambé, onde conheceu minha mãe. A paixão surpreendeu esses jovens e após dois anos de casamento tiveram seu primeiro filho, meu irmão Johann. Nasci dois anos após o nascimento dele. Meus pais tiveram o sonho de nos conceder tudo que não tiveram, e por isso, desde cedo nos matricularam em escola particular.


Estávamos morando em Vitória da Conquista e minha mãe recorda que era muito complicado para chegarmos na Escola Mundo da Criança, pois nem sempre era acessível o transporte público, e por isso, enfrentávamos os dias de chuva a pé e percorríamos muitos quilômetros sentindo frio. Johann já estava com cinco anos e eu ainda nem completara quatro anos.


A minha estimada professora Rita me separou muitas vezes do meu colega Fábio, pois na nossa concepção ingênua de criança imaginávamos ser namorados. Ele também me ajudava com as letras e os números que a cada dia era nos ensinado, não era fácil lidar com tantas informações novas em tão pouco tempo.


Mas para que nosso aprendizado fosse eficiente, nossa tia Rita – assim era conhecida, realizava muitas atividades e brincadeiras que facilitavam a memorização das letras e das palavras. Os jogos lúdicos envolviam nossos olhares e despertavam nossa curiosidade para conhecer mais o alfabeto e parte do dicionário.


Quando chegava em casa, após o almoço e um leve descanso, era hora de iniciar as atividades escolares para serem entregues no dia seguinte. Minha mãe nos ensinou muito bem acerca de planejamento, e pacientemente, ela nos ajudava a aprender a ler e escrever.


Minha memória não guardou tantas lembranças passadas, já se foram vinte anos de momentos significativos, todavia, meus pais fazem questão de relatar que no momento em que aprendi o alfabeto e as primeiras palavras, passei a ler tudo que via pela frente. Eram placas nas ruas, nomes de estabelecimentos comerciais, folhas de revistas, capas de livros, rótulos de enlatados, enfim, tudo aguçava a vontade de aprender logo e ser mais compreendida pelos adultos.

sábado, 24 de abril de 2010

BIBLIOGRAFIA: COMO IDENTIFICAR ARTIGOS E MATS. PESQUISADOS NA INTERNET

Recomenda-se sempre mencionar as obras consultadas no final de um trabalho escolar, ensaio ou monografia. Há diferentes normas para indicar as referências de livros, enciclopédias e periódicos (jornais, revistas ou boletins). Observe alguns exemplos :

.............Livro: Sobrenome, Nome do autor. Título: subtítulo. Nº da edição. Local, editora, data. Exemplo: Cegalla, Domingos Paschoal. Dicionário de Dificuldades da Língua Portuguesa. 2ª ed. Rio de Janeiro, Editora Nova Fronteira, 1999

..............Enciclopédia: Título da enciclopédia. Local, editora, data, volume, páginas. Exemplo: Grande Enciclopédia Larousse Cultural. São Paulo, Editora Nova Cultural, 1998, v. 16. p. 3845

..............Periódico: Sobrenome, Nome do autor do artigo. Título do artigo. Título da revista. Local, volume, nº, páginas, mês, ano. Martins, Gilberto Figueiredo. Meditações sobre a Paulicéia. Cult. São Paulo, v. III, 30, 32-35, janeiro, 2000

..............Internet: Não há norma técnica, mas por analogia, pode-se seguir a seguinte ordem: Sobrenome, Nome do autor do artigo. Título do artigo. Localização, data da pesquisa. Exemplo: Consolaro, Hélio. Pão Doce. Www.folhanet.com.br/entrelinhas / 30/1/2000.

Fonte: UFV. Curiosidades sobre a Língua Portuguesa. http://www.ufv.br/tutoria/portugues/curio_internet.htm / 24/4/2010.

sábado, 10 de abril de 2010

DICAS DE LEITURA

Nesse espaço você pode comentar algumas sugestões de livros que você já tenha lido e possa compartilhar com os usuários deste blog.

AS TECNOLOGIAS E A LEITURA

No mundo contemporâneo percebemos que as pessoas não compram com tanta frequência livros para sua coleção, mas buscam acessar pela internet artigos ou textos em sites que considerem mais práticos para a leitura.


Isso faz com que nossos jovens tenham vocabulários mais pobres, uma vez que não se interessam tanto pela leitura, preferindo jogos, utilitários e programas que inviabilizam seu aumento de conhecimento.

O hábito pela leitura deve ser resgatado, e para isso, precisamos valorizar os livros, mesmo que sejam virtuais.

OBJETIVO DO BLOG SoLetrandos

Olá Pessoal!


Obrigada por visitarem o Blog SoLetrandos.

O objetivo é compartilhar notícias, textos, fatos, fotos e curiosidades acerca dos temas que abrangem Letras Vernáculas, seja direcionados a Literatura, a Língua Portuguesa, a Redação ou qualquer assunto de investigação sobre o curso.

Espero contribuições e comentários!

Abraço.

Marcelle Bittencourt